quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Pranto


Alcançou-me em Lisboa a notícia da morte do Dr. Juraci Magalhães.

Administrador operoso, deixou importante acervo de obras em Fortaleza, cuja prefeitura ocupou por três vezes.

Caracterizou-se por usar, no embate com adversários, metáforas recheadas de humor, às vezes irônicas, que terminaram por lhe definir um estilo muito pessoal de comunicação.

Foi um político muito popular, que conseguia, inclusive, tornar vantagem política o defeito que os oponentes lhe atribuiam.

Considero demonstração de grande fortaleza interior, a maneira altiva como enfrentou a doença grave que lhe acometeu, quando de um de seus mandatos à frente da prefeitura.

Durante os dois anos que governei o Estado do Ceará, com ele na prefeitura, mantivemos excelente relacionamento, que removeu incompreensões herdadas de meus antecessores.

Votos de pesar para Dona Zenaide e família.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Marrocos II

Casablanca é uma grande metrópole, com mais de 5,0 milhões de habitantes, e um trânsito caótico que, no entanto, funciona.

Do ponto de vista turístico, pouco nos é mostrado. O foco está dirigido para as antigas cidades imperiais. O destaque vai para uma mesquita de construção recente, a Hassan II, que rivaliza em tamanho com a de Meca.

Assemelha-se, de modo geral, a qualquer grande cidade ocidental. Foi a Casa Branca dos Portugueses, a Casablanca dos espanhóis, e depois dos franceses, a influência européia mais presente no País. É o grande centro econômico do Marrocos.

Tornou-se conhecida e um tanto mítica, como um centro de espionagem durante a Segunda Guerra Mundial, além de ter sediado, neste período, uma conferência que reuniu Churchill e Roosevelt. Não esquecer que algumas das maiores batalhas travadas entre os alemães e os aliados tiveram por palco o norte da África.

O filme, que se tornou cult, Casablanca, com Humprhey Bogart e Ingrid Bergman, ajudou a divulgá-la no mundo, construindo uma imagem romântica em torno dela. No pouco tempo em que permanecemos na cidade, busquei vestígios do filme, tendo o porteiro do hotel me falado de um certo Rick Café, que fiquei de visitar no meu retorno da excursão.

Desisti da idéia após o guia me ter dito que ali nada havia de interessante, e que a película fora filmada inteiramente nos estúdios de Hollywood. De Casablanca mesmo, só havia o nome. Foi um choque e uma decepção para mim. Gostaria de confirmar a informação com algum cinéfilo, conhcedor do assunto.

A realidade chegou pela palavra burocrática do guia, que desfez, em minutos, um sonho de anos.

Marrocos

Durante uma semana, em companhia da Maria Beatriz, estive no Marrocos como turista. Todo o estereótipo, mentalmente construído sobre o País, veio abaixo.

A temperatura nos diversos sítios onde estivemos era baixa, aquém de 10 graus. Choveu, e o solo, por onde andei, estava molhado e coberto por um tapete verde, salpicado por pequenas flores amarelas. Muitas montanhas estavam cobertas de neve. Disseram-me que este ano choveu como há trinta anos não acontecia.

Entrando por Casablanca, percorremos cerca de 1000 kilômetros para visitarmos as chamadas cidades imperiais, Rabat, a capital, Meknés, Fez e Marrakesh. Sim, cheguei até ali, mas não estive para lá de Marrakesh...

Toda impressão sobre um País, a partir do turismo feito em excursões padronizadas, é superficial, e, com frequência, equivocada. Arrisco avançar que o País é simpático, bonito, muito ocidentalizado, francófono, politicamente organizado, com uma monarquia parlamentar e imprensa livre.

As mulheres são respeitadas, muitas comportam-se e vestem-se a maneira ocidental, têm presença na política e na administração. Há, inclusive, ministras no Governo. A Rainha, sem vínculos dinásticos, é filha de um professor de Liceu, formada em engenharia da computação, o que contribui para dar ao Marrocos a fisionomia de um Estado moderno.

Andamos por boas rodovias, sendo algumas auto estradas, onde se pagava pedágio. Não fomos ao sul do País, que é a parte mais pobre, onde o deserto avança 7 kilômetros por ano (segundo o guia).

A população do Marrocos é muito jovem (45% tem 15 anos ou menos de idade). Ainda há muita pobreza e desemprego.

Sem gás e sem petróleo, diferente de outros coirmãos árabes, o Marrocos tem uma economia muito apoiada no turismo e na agricultura. Esta última responde por cerca de 50% do Produto Interno Bruto (PIB) do País.

O Governo tem metas sociais e econômicas bem definidas. Uma delas, prevê atingir o número de 10 milhões de turistas em 2010. Para tanto, há muitas obras de infra estrutura em andamento.

É um belo País, onde há muito o que ver em termos culturais, arquitetônicos e paisagísticos.